No passado sábado, dia 11 de dezembro, pelas 16h30, no Museu Mineiro de São Pedro da Cova foi exibido o filme/documentário, que retrata a realidade das mulheres na exploração mineira de carvão em São Pedro da Cova, “Contra o Pó”, de Clara Borde de Castro. A sala esgotou para ver e ouvir esta realidade.
A realizadora de nacionalidade francesa, com origens portuguesas, da parte de seus avós maternos, fez questão de deixar algumas palavras em português. Destacou os seus encontros de verão, com a comunidade mineira de São Pedro da Cova, realçando a sua surpresa perante a realidade das mulheres que trabalhavam nas minas. Face a esta realidade, decidiu utilizar as mulheres mineiras como tema central para a tese do seu mestrado, que se encontra a realizar na Escola de Artes de Estrasburgo, em França. Desta forma, deu voz às histórias das Mineiras de São Pedro da Cova. O seu objetivo é que este documentário possa servir para que outros encontrem nele respostas às dúvidas que ela também tinha sobre as Minas de Carvão de São Pedro da Cova. Deixou, ainda, um agradecimento a todos os que contribuíram para a concretização do documentário e da sua exibição no Museu Mineiro.
Seguiram-se alguns discursos a enaltecer o trabalho da Clara, nomeadamente pela Senhora Presidente da Assembleia das Freguesia, Drª Sónia Ribeiro, que nos referiu a importância da história da Vila de São Pedro da Cova. Aproveitando esta deixa, a Senhora Presidente da Junta de Freguesia, Drª Sofia Martins, referiu que o Museu Mineiro tem sido uma aposta dos anteriores executivos da Junta de Freguesia, e que será também uma aposta do atual executivo, pretendendo-se “perpetuar a memória e consolidar a identidade mineira de São Pedro da Cova, sendo esta iniciativa mais uma forma de o fazer, recuperando memórias e atribuindo importância às histórias de vida de homens e mulheres que tanto contribuíram para o desenvolvimento económico do nosso país, mesmo que esse papel não lhes fosse reconhecido”.
Em representação da Câmara Municipal de Gondomar, Drª Aurora Vieira, destacou quer a importância do trabalho realizado por uma jovem francesa, com raízes portuguesas e que mesmo assim se interessou sobre a história das suas origens, quer a alegria com que as mulheres mineiras nos transmitiram as histórias duras das suas vidas.
Antes de encerrar, Clara foi agraciada com um cavalete do Poço de São Vicente, em acrílico, e com o livro “Um grito rompe do silêncio”, de Serafim Gesta “Mazola”.
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