"Não há mais razões para os resíduos continuarem em São Pedro da Cova". Junta de Freguesia pede requalificação do espaço.
Foi ontem assinado em São Pedro da Cova, entre o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte e a empresa Ecodeal, o contrato para a remoção das 88 mil toneladas de resíduos perigosos existentes em S. Pedro da Cova, uma acção quer vai custar 13 milhões de euros.
Este acto simbólico contou com as presença do Ministro do Ambiente, Eng. Jorge Moreira da Silva, que se comprometeu com o inicio dos trabalhos "no prazo de muitos poucos dias", referindo ainda que estes demorarão cerca de nove meses, com "70 a 80 camiões por dia" a retirar as 88 mil toneladas de resíduos industriais perigosos,depositados nas escombreiras das antigas minas de S. Pedro da Cova entre maio de 2001 e março de 2002.
O Presidente da Junta da União das Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova referiu na ocasião que "apesar dos atrasos verificados e do silenciamento deste problema durante muitos anos, a assinatura do contrato representa o culminar de um processo, não havendo agora mais razões para que os resíduos continuem em São Pedro da Cova". O Presidente da Junta exigiu que a remoção avance rapidamente e que também seja prestada uma informação à população sobre a qualidade da água na região, compromisso que também foi assumido pelo Ministério e pela CCDR-N. Para Daniel Vieira, a "história não acabou" e a Junta continuará atenta até a resolução do problema.
Aproveitando a presença do Ministro do Ambiente, o Presidente da Junta lançou o "desafio para que o Estado desenvolva, em parceria com as autarquias locais um projeto de requalificação ambiental, paisagística e cultural em S. Pedro da Cova."
"Não basta remover os resíduos perigosos. Foi criado este problema à freguesia, há uma imagem que está associada em consequência da deposição destes resíduos. A freguesia e a população têm que ser compensadas por este problema", considerou, em declarações à agência Lusa.
Na opinião de Daniel Vieira, depois da remoção dos resíduos, esta é "uma forma de compensação pelo crime que aqui foi cometido e do problema imerecido porque a população de S. Pedro da Cova em nada contribuiu" para esta situação.
"Podia ser aqui criado um espaço que valorizasse toda esta zona", defendeu. No discurso, o presidente da CCDR-N, Emídio Gomes, considerou "bom" o desafio lançado pelo presidente da União das Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova para depois de terminada a remoção deste passivo ambiental São Pedro da Cova em nada contribuiu" para esta situação.
Na opinião de Emídio Gomes "com o património natural constituído pelas serras de Santa Justa, Pias e Castiçal, que liga os municípios de Paredes, Valongo e Gondomar, com este ministro e com este secretário de Estado" haverá tempo de "lançar ainda algo de útil" e de aceitar o desafio do autarca local.