Estação principal do Cabo Aéreo na Mina. Expedição das cestas. 1940. Arquivo MMSPC.
Depósito do Monte Aventino. Distribuição de carvão na zona urbana do Porto. Arquivo MMSPC.
Zorra. Carregamento de carvão na tolda da Zorra. São Pedro da Cova. 1940. Arquico MMSPC.
  • Estação principal do Cabo Aéreo na Mina. Expedição das cestas. 1940. Arquivo MMSPC.
  • Depósito do Monte Aventino. Distribuição de carvão na zona urbana do Porto. Arquivo MMSPC.
  • Zorra. Carregamento de carvão na tolda da Zorra. São Pedro da Cova. 1940. Arquico MMSPC.

  • A viagem do carvão

    Através do Cabo Aéreo, instalado em 1914, o carvão passou a ser transportado até ao depósito de Rio Tinto e do Monte Aventino.

    Em Rio Tinto, o depósito estava ligado à estação de comboios, a partir da qual se realizavam expedições por caminho-de-ferro para toda a rede ferroviária do país.

    Já no Monte Aventino, a distribuição de carvão era realizada na área urbana do Porto, quer por meio de carro de bois, camiões e Zorras.

    Em 1959, entra em funcionamento uma nova linha de Cabo - Aéreo, esta com destino à Central Termoelétrica da Tapada do Outeiro, Medas, Gondomar.

    O crescimento do número de viagens realizadas entre a Boavista, a Foz e Matosinhos exigiu à empresa de transportes - Companhia de Carris de Ferro do Porto (CCFP) -, a intensificação da frota com o objetivo de a tornar mais rápida e eficaz. A inauguração de uma rede de tração elétrica, em 1895, permitiu ultrapassar os obstáculos impostos pela geografia da cidade.

    A CCFP construiu duas centrais termoelétricas para a transformação de carvão em energia, de forma a dar resposta à rede elétrica implementada. 

    Para baixar os custos na aquisição do carvão, a CCFP criou uma linha elétrica para a circulação de Zorras – elétricos de transporte de mercadoria -, que entraram em funcionamento no ano de 1918, para o transporte do carvão das Minas de São Pedro da Cova até a Central Termoelétrica de Massarelos, Porto. As Zorras asseguravam, também, o transporte das cinzas de carvão para vários depósitos na cidade do Porto e em São Pedro da Cova.

    Inicialmente, as Zorras eram construídas com plataformas abertas, obrigando os guarda-freios a utilizarem um chapéu de abas largas, botas de borracha e luvas isolantes que os protegiam da água e do contacto com a eletricidade. Começaram depois a ser construídas com plataformas fechadas, resguardando-os assim das intempéries e dos perigos aos quais estavam expostos.

    Este tipo de serviço termina em 1960, altura em que a central é desativada.

    Curiosidade: A Zorra nº 53 foi cedida ao Museu Mineiro de São Pedro da Cova, pela STCP, no ano de 1990.