Vista exterior da Casa da Malta. 1963. Arquivo MMSPC.
Interior da Casa da Malta. Quartos. 1963. Arquivo MMSPC.
Interior da Casa da Malta. Lareira da cozinha. 1963. Arquivo MMSPC.
  • Vista exterior da Casa da Malta. 1963. Arquivo MMSPC.
  • Interior da Casa da Malta. Quartos. 1963. Arquivo MMSPC.
  • Interior da Casa da Malta. Lareira da cozinha. 1963. Arquivo MMSPC.

  • Bairros Operários e Casas da Malta

    Por consequência das chegadas migratórias de operários oriundos das zonas rurais, devido a um aumento da exploração e produtividade de carvão na Vila, houve a necessidade de se criar alojamento para estes operários.

    Em São Pedro da Cova, existiram três Casas da Malta: uma no Passal, em madeira, a segunda em Vila Verde, onde hoje se encontra o Café Emigrante e a terceira onde se localiza o Museu Mineiro de São Pedro da Cova. Esta última é uma construção dos anos 1963 e 1964, do engenheiro Barreiros Leal. Trata-se de uma construção moderna, com uma estrutura em betão, desenhada de modo a adaptar-se à forma do terreno. Revela na sua planta uma simetria quase perfeita, que só na zona dos espaços comuns e no respetivo alçado deixa de existir. A sua forma parece ter sido inspirada no, já existente, posto médico.

    No piso térreo, existia a sala de leitura e jogos (receção), os lavatórios (wc’s), banhos (biblioteca), cozinha, sala de refeições (sala do serviço educativo), que continham uma lareira aberta, onde se cozinhava, e uma arrecadação de lenha.  Ainda neste piso, no espaço destinado à exposição permanente encontravam-se 24 quartos e 28 no piso superior. Apesar das inúmeras intervenções ao longo dos anos, são ainda visíveis as marcas no chão, que delimitavam os quartos.

    Em 1989, quando ocorreu a adaptação do edifício da Casa da Malta a Museu Mineiro, o arquiteto, António Madureira, teve alguns cuidados no sentido de manter características históricas e arquitetónicas que levassem a relacionar o edifício às suas primitivas funções. Para além do pavimento, manteve as portas exteriores que os direcionavam para a arrecadação das bicicletas e arrecadação de lenha.

    Bairros Mineiros

    Bairro do Passal. S/d. Arquivo MMSPC.
    Bairro Norte. 1960. Arquivo MMSPC.
    Vista Panorâmica do Bairro de Vila Verde. s/d. Arquivo MMSPC
  • Bairro do Passal. S/d. Arquivo MMSPC.
  • Bairro Norte. 1960. Arquivo MMSPC.
  • Vista Panorâmica do Bairro de Vila Verde. s/d. Arquivo MMSPC

  • Inserido num programa de melhoramentos sociais e num plano que visava atrair ainda mais mão de obra, a Companhia das Minas de Carvão de São Pedro da Cova lança a construção de dois bairros operários em São Pedro da Cova: em 1920, inicia a construção em Vila Verde e em 1940, no Passal.

    Estes bairros operários tinham habitações de dois tipos: umas para casais sem filhos e outras para casais com filhos. Assim, eram compostas por um ou dois quartos (respetivamente) e uma cozinha. Além destes espaços, quase todas as casas tinham quintais.

    Os materiais utilizados na sua construção foram: xisto ou blocos de cinza de carvão (feitos através secagem e pressão de uma mistura de cinzas do carvão com água). Estas não possuíam abastecimento próprio de água.
    Eram compostos por filas de casas térreas, com uma margem de terreno à volta, na qual se localizavam os quintais das respetivas casas, de modo a se adaptarem ao declive do terreno. A sua localização estaria muito provavelmente ligada a questões de proximidade às várias explorações que existiam na época. Os bairros implantar-se-iam afastados do centro da povoação, mas de modo a permitir uma deslocação fácil dos operários até aos vários pontos de extração.

    Curiosidade: 4 de dezembro de 1920, é a data apontada para inauguração do 1.º Bairro Mineiro. Coincidindo com o dia de Santa Bárbara, padroeira dos Mineiros.
    A maior parte dos operários eram apelidados de malteses, por serem a “malta” proveniente de outras zonas rurais como Penafiel, Paredes, Amarante, Barcelos, Lousada, Felgueiras, etc.
    A Casa da Malta tinha uma arrecadação onde os malteses penduravam as suas bicicletas,que permitia a deslocação ao fim de semana, entre o trabalho e a sua residência. 

    English version

    Vista exterior da Casa da Malta. 1963. Arquivo MMSPC.
    Interior da Casa da Malta. Quartos. 1963. Arquivo MMSPC.
    Interior da Casa da Malta. Lareira da cozinha. 1963. Arquivo MMSPC.
  • Vista exterior da Casa da Malta. 1963. Arquivo MMSPC.
  • Interior da Casa da Malta. Quartos. 1963. Arquivo MMSPC.
  • Interior da Casa da Malta. Lareira da cozinha. 1963. Arquivo MMSPC.

  • Housing for Miners
    Working-Class Quarters and Casas da Malta (People’s House)

    As a result of the migratory arrivals of workers from rural areas, due to an increase in the exploitation and productivity of coal in the village, there was a need to create accommodation for these workers.

    In São Pedro da Cova, there were three Casas da Malta: one in Passal, in wood, the second in Vila Verde, where today is the Café Emigrante and the third where the Museu Mineiro of São Pedro da Cova is located. The latter is a construction of the years 1963 and 1964, the engineer Barreiros Leal. It is a modern construction, with a concrete structure, designed to adapt to the shape of the terrain. It reveals in its plan an almost perfect symmetry, which only in the area of the common spaces and in the respective elevation ceases to exist. Its shape seems to have been inspired by the already existing medical post.

    On the ground floor, there was the reading and games room (reception), the washbasins (wc's), baths (library), kitchen, dining room (educational service room), which contained an open fireplace, where it was cooked, and a storage room of firewood. Also on this floor, in the space intended for the permanent exhibition were 24 rooms and 28 on the upper floor. In despite of the numerous interventions over the years, the marks on the floor that delimited the rooms are still visible.

    In 1989, when the Casa da Malta building was adapted to the Museu Mineiro, the architect, António Madureira, took some care to maintain historical and architectural characteristics that would lead to relate the building to its primitive functions. In addition to the pavement, he kept the exterior doors that directed them to the collection of bicycles and storage of firewood.

    Inserted in a program of social improvements and in a plan that aimed to attract even more labor, the Companhia das Minas de Carvão de São Pedro da Cova launches the construction of two working-class neighborhoods in São Pedro da Cova: in 1920, construction begins in Vila Verde and in 1940, in Passal.

    These working-class neighborhoods had housing of two types: some for couples without children and others for couples with children. Thus, they were composed of one or two bedrooms (respectively) and a kitchen. In addition to these spaces, almost all the houses had backyards.

    Working-Class Quarters

    Bairro do Passal. S/d. Arquivo MMSPC.
    Bairro Norte. 1960. Arquivo MMSPC.
    Vista Panorâmica do Bairro de Vila Verde. s/d. Arquivo MMSPC
  • Bairro do Passal. S/d. Arquivo MMSPC.
  • Bairro Norte. 1960. Arquivo MMSPC.
  • Vista Panorâmica do Bairro de Vila Verde. s/d. Arquivo MMSPC

  • The materials used in its construction were: shale or blocks of coal ash (made by drying and pressing a mixture of coal ash with water). These had no water supply of their own.

    They were composed of rows of single-storey houses, with a margin of land around it, in which the backyards of the respective houses were located, in order to adapt to the slope of the land. Its location would most likely be linked to issues of proximity to the various farms that existed at the time. The neighborhoods would be located away from the center of the village, but in such a way as to allow an easy movement of the workers to the various extraction points.

    Fun Fact: December 4, 1920, is the date appointed for the inauguration of the working - class quarters. Coinciding with the day of Santa Bárbara, patroness of the Miners. Most of the workers were nicknamed Malteses, because they were the people coming from other rural areas such as Penafiel, Paredes, Amarante, Barcelos, Lousada, Felgueiras, etc. Casa da Malta had a storage room where the Maltese hung their bicycles, which allowed them to travel at the weekend, between work and their residence.

    Version française
    Logements Minier
    Quartiers miniers et Casas da Malta (maisons du personnel)

    En raison de l'arrivée migratoire de travailleurs des zones rurales, en raison de l'augmentation de l'exploitation et de la productivité du charbon dans le village, il était nécessaire de créer des logements pour ces travailleurs.

    À São Pedro da Cova, il y avait trois Casas da Malta: une à Passal, en bois, la deuxième à Vila Verde, où se trouve aujourd'hui le Café Emigrante et la troisième où se trouve le musée de la mine de São Pedro da Cova. Ce dernier est une construction des années 1963 et 1964, l'ingénieur Barreiros Leal. C'est une construction moderne, avec une structure en béton, conçue pour s'adapter à la forme du terrain. Il révèle dans son plan une symétrie presque parfaite, qui seulement dans la zone des espaces communs et dans l'élévation respective cesse d'exister. Sa forme semble avoir été inspirée par le poste médical déjà existant.

    Au rez-de-chaussée, il y avait la salle de lecture et de jeux (réception), les lavabos (wc), les bains (bibliothèque), la cuisine, la salle à manger (salle de service éducatif), qui contenait une cheminée ouverte, où il était cuit, et une salle de stockage de bois de chauffage.  Également à cet étage, dans l'espace prévu pour l'exposition permanente se trouvaient 24 salles et 28 à l'étage supérieur. Malgré les nombreuses interventions au fil des ans, les marques au sol qui délimitaient les pièces sont encore visibles.

    En 1989, lorsque le bâtiment Casa da Malta a été adapté au Museu Mineiro, l'architecte, António Madureira, a pris soin de maintenir les caractéristiques historiques et architecturales qui conduiraient à relier le bâtiment à ses fonctions primitives. En plus du trottoir, il gardait les portes extérieures qui les dirigeaient vers la collecte de bicyclettes et le stockage du bois de chauffage.

    Insérée dans un programme d'améliorations sociales et dans un plan visant à attirer encore plus de main-d'œuvre, la Companhia das Minas de Carvão de São Pedro da Cova lance la construction de deux quartiers miners à São Pedro da Cova: en 1920, la construction commence à Vila Verde et en 1940, à Passal.

    Ces quartiers populaires avaient deux types de logements: certains pour les couples sans enfants et d'autres pour les couples avec enfants. Ainsi, ils étaient composés d'une ou deux chambres (respectivement) et d'une cuisine. En plus de ces espaces, presque toutes les maisons avaient des arrière-cours.

    Quartiers Miners
    Les matériaux utilisés dans sa construction étaient: du schiste ou des blocs de cendres de charbon (fabriqués par séchage et pressage d'un mélange de cendres de charbon avec de l'eau). Ceux-ci n'avaient pas d'approvisionnement en eau propre.

    Ils étaient composés de rangées de maisons à un étage, avec une marge de terrain autour, dans lesquelles se trouvaient les arrière-cours des maisons respectives, afin de s'adapter à la pente du terrain. Son emplacement serait très probablement lié à des problèmes de proximité avec les différentes fermes qui existaient à l'époque. Les quartiers seraient situés à l'écart du centre du village, mais de manière à permettre un mouvement facile des travailleurs vers les différents points d'extraction.

    Curiosité: Le 4 décembre 1920 est la date fixée pour l'inauguration du 1er district minier. Coïncidant avec le jour de Santa Bárbara, patronne des Mineurs. La plupart des travailleurs étaient surnommés Malteses, car ils étaient les «personnel» venant d'autres zones rurales telles que Penafiel, Paredes, Amarante, Barcelos, Lousada, Felgueiras, etc. Casa da Malta avait une salle de stockage où les Malteses accrochaient leurs vélos, ce qui leur permettait de voyager le week-end, entre le travail et leur résidence.