Zora no Alto da Serra. 1960. Créditos: P. Eaton. Arquivo MMSPC.
Zorra em circulação. S/d. Arquivo do Museu do Carro Elétrico.
Instalação da Zorra n.º 53 no jardim do Museu Mineiro de São Pedro da Cova. Doação STCP. 1990. Arquivo MMSPC.
  • Zora no Alto da Serra. 1960. Créditos: P. Eaton. Arquivo MMSPC.
  • Zorra em circulação. S/d. Arquivo do Museu do Carro Elétrico.
  • Instalação da Zorra n.º 53 no jardim do Museu Mineiro de São Pedro da Cova. Doação STCP. 1990. Arquivo MMSPC.
  • A Viúva

    A possibilidade de gerar uma energia mecânica para o transporte público, a partir de máquinas a vapor que consumiam carvão mineral, deu origem à rede elétrica viária.

    Para tal, a Companhia de Carris de Ferro do Porto construiu, nos primeiros anos do século XX, uma central geradora de energia – Central Termoelétrica de Massarelos. Esta Central passou a consumir, em exclusivo, o carvão – antracite – da Mina de São Pedro da Cova, quando o aumento do preço do carvão estrangeiro se tornou significativo, bem como, quando acresceu a dificuldade da sua importação.

    Assim, surgiu a necessidade de ligar Massarelos a São Pedro da Cova, através de uma linha de tração elétrica para o transporte do carvão. Nesta linha passaram a circular as Zorras, carros elétricos, de plataforma e caixa aberta, destinadas, quase na sua totalidade, ao transporte de carvão da Companhia das Minas de Carvão de São Pedro da Cova (CMCSPC) para a Central Termoelétrica de Massarelos e das cinzas destas para as entulheiras.

     

    Após o encerramento da CMCSPC, estes veículos perderam a sua utilidade primordial, sendo depois reutilizados para o transporte de materiais, ferramentas e pessoal, entre locais de trabalho. Em relação à Zorra nº53, foi construída no ano de 1932, tendo sido também utilizada durante a exploração mineira e posteriormente utilizada em inúmeros serviços, até 1970. Depois de 58 anos de existência, por se encontrar em mau estado de conservação e preservação, foi decretado o seu abate a 14 de janeiro de 1991.

    No entanto, por ser um elemento importante para a história da exploração mineira, na Vila de São Pedro da Cova, na década de 90 do século XX, foi oferecida à Junta de Freguesia de São Pedro da Cova e instalada no Museu Mineiro.
    Com o objetivo de preservar e conservar este símbolo mineiro, já se realizaram três intervenções. A primeira nos anos 90, a segunda no ano de 2003 e a mais recente realizou-se no ano de 2016.

    Curiosidade: Desde 1918 que há memórias da circulação das Zorras, também conhecidas por “Viúvas”, nome atribuído em homenagem às muitas mulheres que perderam os maridos, devido ao trabalho realizado nas Minas de Carvão de São Pedro da Cova.